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Descrição

O Sêfer ha-Bahir (O Livro da Iluminação) é um dos mais antigos e importantes textos clássicos da Cabala, a tradição mística do judaísmo. Alguns estudiosos chegam a considerá-lo como o mais antigo texto cabalístico escrito. Até a publicação do Sêfer ha-Zohar (O Livro do Esplendor), o Bahir era a principal fonte de informação sobre os ensinamentos cabalísticos, sendo a obra mais influente e largamente citada. De fato, um estudo cuidadoso revela
uma considerável semelhança entre as duas obras, o que pode ser explicado pelo fato de que o Rabino Shimon bar Yochai, autor do O Zohar, conhecia os ensinamentos de Rabi Nehunia ben Hakana (o presumido autor do Bahir) mesmo antes da revelação mística especial que Rabi Shimon teve durante os 12 anos em que ficou escondido numa caverna. Ao que tudo indica, o Rabi Shimon bar Yochai já devia ter sido iniciado na Tradição dos Mistérios da Carruagem", como o Bahir chama a dimensão mais profunda da Cabala.

Ambas as obras se complementam e formam um duplo pilar luminoso: o Bahir relacionado a Luz e, o Zohar, ao Esplendor.

Essa obra é mencionada em quase todos os trabalhos relevantes que tratam da Cabala, o mais antigo deles sendo o comentário do Rabi Abraham bem Davi (1125-1198) a respeito do Sêfer Ietsirá; o Rabino Moisés bem Nachman ou Nachmanides (1194-1270) - mais conhecido pelo seu acrônimo Ramban -, em seu comentário sobre a Torá, a ele se refere várias vezes. É, além disso, com frequência parafraseado e transcrito no O Zohar.

Seu nome, Bahir, deriva do primeiro versículo citado no texto de Jó (37:21): "E já não se pode olhar para a luz resplandecente (Bahir) dos céus". É também chamado de "Midrash do Rabino Nehuniá ben HaKana (sábio talmúdico do Século I)", talvez porque o seu nome aparece no início no livro, mas, realmente, a maioria dos cabalistas atribui o Bahir a ele e à sua escola.

Embora o Bahir seja um livro pequeno, comparado ao Zohar, contendo ao todo cerca de 12.000 palavras, era altamente conceituado entre aqueles que indagavam seus mistérios. Escreve o Rabino Judá Chayit, emérito cabalista
do século XV: "Torna este livro uma coroa para a tua cabeça". Grande parte do texto é de difícil compreensão, e disse o grande Rabino Moisés Cordovero (1522-1570), diretor de uma importante escola de Cabala na cidade de
Safed, no norte de Israel: "As palavras desse texto são luminosas (Bahir) e cintilantes, mas o seu brilho pode cegar".

Diz a tradição que o Bahir foi preservado por uma pequena escola de cabalistas na Terra Santa, mas a sua primeira publicação deu-se por volta de 1176, por iniciativa da escola cabalística da Provença (França), e el circulou sob a forma de manuscrito entre um número limitado de leitores. Obra inédita na língua portuguesa, rica em notas, contém Ilustrações explicativas e Quadros ilustrativos. Seus ensinamentos podem ser divididos em 5 partes, sendo elas: (1) sobre os Primeiros versículos da criação (1-16), (2) sobre o Alfabeto hebraico (27-44), (3) sobre As Sete Vozes e as Sefirot (45-123), (4) sobre As dez Sefirot (123-193) e (5) sobre os Mistérios da Alma (194-200). A segunda metade desta edição brasileira do Bahir contém os preciosos comentários feitos pelo Rabino Aryeh Kaplan. E, como anexo, o leitor pode encontrar no final todo o texto do Bahir em hebraico.

Esta grande obra, juntamente com o Sêfer ha-Zohar e o Sêfer Yetsirá, constituem os pilares fundamentais da tradição
cabalista.

Páginas: 328